O Mais Você do dia 31 de março, começou dando um alerta sobre uma doença silenciosa, genética e que atinge mais de dois milhões de brasileiros: o autismo. Para entender um pouco desse transtorno do desenvolvimento das crianças, o programa contou a história do Arthur Decnop, um menino carioca de seis anos que começou a apresentar os sintomas de autismo aos dois anos e meio. “Ele era uma criança normal. Aos dois anos de idade, ele não interagia nada. Se eu tentasse brincar com ele, ele se virava de costas”, contou a mãe Keyla Decnop.
Há mais de 70 anos, cientistas de todo mundo se dedicam a estudar aquela que é uma das mais enigmáticas desordens neurológicas: o autismo. Embora muitos avanços tenham sido feitos na área clínica, os mecanismos moleculares, genéticos e neurobiológicos desse distúrbio permanecem em grande parte desconhecidos. “Foi muito difícil aceitar o diagnóstico, foi a maior dor da minha vida. Quando eu recebi o diagnóstico, eu e meu marido ficamos quatro dias sem conseguir engolir nada, só água.", relatou Keyla.
Novos estudos, entretanto, parecem dar esperança para se recomendar tratamentos e medicamentos mais eficazes em um futuro próximo. “Eles gostam de objetos que giram, muitos gostam de ficar observando a máquina de lavar roupa, os ventiladores. Os interesses são muito restritos, ficam horas e horas fazendo a mesma coisa”, explicou o Estevão Valdaz, Coordenador do Programa de Transtorno Espectro Autista do Hospital das Clínicas de São Paulo.
2 de abril - Dia Mundial de Conscientização do Autismo- data criada pela Organização das Nações Unidas, a ONU. Para marcar a data, vários monumentos do mundo inteiro ficaram azuis, neste dia. Aqui no Brasil, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, a Ponte Estaiada, Monumento às bandeiras e o viaduto do Chá, em São Paulo, estavam azuis. Tudo para simbolizar a luta pelo bem estar dos autistas.
Sobre o Autismo
De maneira geral, as desordens de espectro autista, que englobam uma grande variedade de comportamentos e problemas sob o ponto de vista clínico, podem ser divididas em dois 'tipos' de autismo. Obviamente, essa divisão é artificial e abarca em si outras muitas pequenas variações.
1) Síndrome de Asperger. Descrita pela primeira vez pelo pediatra austríaco Hans Asperger (1906-1980), é considerada uma forma de autismo mais branda. Seus portadores apresentam os três sintomas básicos (dificuldade de interação social, de comunicação e comportamentos repetitivos), mas suas capacidades cognitivas e de linguagem são relativamente preservadas. Na verdade, alguns até mesmo apresentam níveis de QI acima da média, motivo pelo qual a criança portadora da síndrome de Asperger é comumente representada como um pequeno gênio que descobre códigos e resolve enigmas. Entretanto, a síndrome de Asperger engloba aproximadamente 20-30% dos portadores de desordens do espectro autista.
2) Autismo 'clássico'. É o tipo descrito pelo médico austríaco erradicado nos Estados Unidos Leo Kanner (1894-1981). Kanner foi o primeiro a utilizar a nomenclatura "autismo infantil precoce", em um relatório de 1943, no qual [ele] descrevia 11 crianças com comportamentos muito semelhantes.
Durante muito tempo, o autismo era considerado uma doença psiquiátrica e os portadores eram internados em manicômios. É importante que o diagnóstico seja feito nos primeiros anos de vida. Com tratamento adequado, a criança pode ter progressos na área da linguagem, da comunicação e da socialização e muitos conseguem ser independentes na idade adulta. O Hospital das Clínicas, em São Paulo, está abrindo um programa de diagnóstico e intervenção precoce do autismo. O objetivo é que até o ano que vem o hospital ofereça exames para diagnosticar o autismo em crianças com menos de três anos.
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